27/01/2016

Uma chuva e uma garota!



Sentada, observando os pingos da chuva forte baterem na janela, arranjando um jeito de manter a calma com a tempestade ao redor! Com a água invadindo a casa, com a laje desabando e os móveis encharcando. Sem poder nada fazer, apenas sentar e esperar tudo aquilo passar. O verão já não era mais o mesmo, cheio de cor, vida e festa! Era só um espaço cinzento chuvoso; as lágrimas escorriam, lágrimas de apreensão, lágrimas até demais para o gosto dela. Ela sentia seu coração desmanchando feito aquela casa, e era inevitável. Os ventos de uma chuva gelada fazia-a reviver todas as partes tristes, pelo menos, era o que ela achava. A casa era vazia, sem cor, sem brilho, sem esperança, sem amor; Era muito velha, fazia barulho em tudo quanto é canto. Mas aquela casa fazia lembrar de todos os verões com tudo o que ela tinha, mãe, pai e um moleque que achava que era gente. Os relâmpagos começa a deixa-la com medo, medo de não conseguir superar todas as perdas, medo de não mais se encontrar. Parecia que ela tinha perdido tudo, a família havia morrido, ela era a única "sortuda" de ter sobrevivido ao acidente que assassinara toda a sua alegria, os pais adotivos que amava como pais biológicos, o irmãzinho mais novo. O namorado havia terminado com ela há alguns meses, pois ele faria um intercâmbio de nove meses. Ele gastaria todas as suas economias nessa tal viajem, mas ela só queria que ele estivesse ali para ajudá-la a passar por todo aquele furacão ilesa. Mesmo que a única alegria dela estivesse no outro lado do mundo, ela achava que estava passando por tudo aquilo muito bem. Estava frequentando a faculdade, trabalhava em um estágio em um escritório de advocacia, chorava só nos fins de semanas e permanecia forte durante toda a semana. A vida, o coração, a mente estava em turbulência. Ela sempre foi uma pessoa equilibrada, mas ela precisava continuar sendo forte e passar pela a tempestade e encarar a realidade como ela simplesmente é.



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