- Você acha mesmo que vai conseguir? - Ele pergunta com a cara mais lavada do mundo.
- Sim, acho. E você deveria tentar.
- O quê? Viver de utopias?
Minha vontade foi de levantar minha mão e dar-lhe um tapão ali mesmo. Esse idiota pensa que é quem? Meus sonhos, minhas prioridades.
Há um tempo, não costumava revelar o quê estava planejando para o futuro. Não sei se por vergonha ou medo. É isso, resolvi assumir os meus verdadeiros sonhos.
Sem medo.
Das opiniões alheias, do burburinho que fazem por casar não ser o meu único sonho - e não ser o principal deles - e das duras falas de extremo pessimismo. Na última vez, eu tinha certeza que eu estava blindada, que era aquilo que eu queria, que aquilo iria de fato acontecer.
Infelizmente, como muitas vezes acontece, as circunstâncias mudaram, a mentalidade se madurou e sem querer, os simples sonhos se frustraram. Mas não dessa vez.
Deixar alguém dizer o quê devo ou não fazer? Nunca mais. Ninguém acima do meu único foco, ou vários objetivos. Sonhos.
Vai, respira. Sem agressividade.
- Se sonhos são utopia, acho que tenho tempo para . Mas querer viver no mesmo lugar, com mesmas pessoas não é pra mim. Nunca foi, e não vai começar agora.
Vi ele respirar fundo, balançar a cabeça negativamente, murmurar um Você que sabe e sair, me deixando sozinha naquele lugar. Assim, como se nada tivesse acontecido, como se nunca houvesse tocado nesse assunto tão delicado para ele.
E assim, queira ouvir ou não, em primeiro lugar os meus sonhos.
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